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“Paloma” semeia esperança na aridez do preconceito

Por Thaísa Zanardi



Ela mesma diz que errou muito na vida, até conhecer seu grande amor. Daí em diante, vive uma vida decente, digna de qualquer outra mulher. Palavras de Paloma, protagonista do filme homônimo, dirigido pelo pernambucano Marcelo Gomes, realizador de “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005) e roteirista de “Madame Satã” (2002), de Karim Aïnouz.

Com estreia nos cinemas marcada para 10 de novembro, “Paloma” foi o grande vencedor do Festival do Rio, levando os prêmios de Melhor Longa da mostra competitiva da Première Brasil, Melhor Atriz, para Kika Sena, e o Prêmio Félix, concedido a obras com temática LGBTQIA+. O longa, que teve sua première mundial no Festival de Munique em julho passado, contou com participações em outros festivais internacionais, em cidades como Londres e Huelva, e também na Mostra de SP, na qual obteve calorosa receptividade do público.

A personagem-título é uma mulher trans que está decidida a realizar seu maior sonho: um casamento tradicional, na igreja, com o seu namorado Zé. Os dois já vivem na mesma casa há algum tempo, junto com a pequena Jenifer, filha do rapaz, a quem Paloma se dedica e dá carinho, como uma boa mãe.

Zé tem uma moto, com a qual ele faz seu “corre”. Paloma trabalha duro como agricultora numa plantação, faz bico como cabeleireira, e está economizando para pagar a festa do casório. A recusa do padre em aceitar seu pedido obrigará a jovem a enfrentar corajosamente a resistência preconceituosa da sociedade rural. Sua jornada é árdua, mas nada abala sua fé: “o que Deus une, homem nenhum separa”.

Com final imprevisível, o filme alterna momentos de graça e ternura com outros de alta tensão, levando o espectador a também se apegar ao sonho de Paloma, que só quer ser a mulher mais feliz do sertão. Parte dessa empatia acontece graças à brilhante atuação de Kika Sena, que defende sua protagonista com muita paixão e sinceridade. Ela, que aqui faz sua estreia no cinema, na vida real é arte-educadora, diretora teatral, atriz, poeta e performer.

Quanto à essência de “Paloma”, nas palavras do diretor, “o longa é um conto romântico sobre alguém em busca de autodeterminação, disposta a transcender o próprio corpo”. Sonhar não custa nada? É o que dizem. Espere até assistir ao desfecho deste que já é um dos melhores filmes nacionais desse início de década.


Confira a programação de 10/11 a 16/11


Petra Belas Artes

14h30, 16h40, 18h45 e 20h45

Cine LT3

20h

IMS Paulista

Sex às 20h | Sab às 22h

Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca

15h30 | 21h50

Reserva Cultural SP

13h | 18h20

IMS Rio

Qui e Sex às 18h

Espaço Itaú de Cinema Botafogo

17h30 | 19h30

Estação Net Rio

14h15 | 19h

Reserva Cultural Niterói

16h10 (todos os dias) e Qui, Sex, Seg e Qua 13h20

Una Belas Artes

20h40

Espaço Itaú de Cinema Brasília

21h40

FUNDAJ - Cinema do Derby

Qui e Sáb às 19h30 | Sex e Dom às 17h20

FUNDAJ - Cinema do Museu

Qui, Sab e Qua às 15h | Sex e Ter às 19h30 | Dom às 14h

FUNDAJ - Porto

Qui e Sab às 16h20 | Sex e Ter às 14h30 | Dom às 18h40

Centro Cultural Arte Pajuçara

Qui a Dom 18h | Qua 14h45

Cinema do Dragão

20h (exceto Sex e Seg) | Sex às 16h40

Cine Vitória

Sab às 18h30 | Dom às 16h20

Cine Banguê

Dom às 18h | Ter às 18h30

Cine Metha Glauber Rocha

15h10 | 19h

Casarão de Ideias

Qui às 17h30 | Sab às 19h30

Cine Teatro Recreio

19h30

Cine Passeio

19h50

Espaço de Cinema Bourbon Country

21h

Cine Bancários

19h

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