Sedutor, efusivo, sexy e narcisista. Quando Sidney Magal começa a cantar e requebrar, ele se torna o dono absoluto do coração da mulher brasileira.
É como diz o verso de um dos maiores hits desse nosso “amante latino”, maliciosamente cantado (e suspirado) por milhões de mulheres dos anos 70: “O meu sangue ferve por você”. Mas esse feitiço todo não ficou só lá, nas memórias de quase 50 anos atrás. Há quem ainda se derreta pelo misto de Elvis Presley com John Travolta, em pleno ano de 2023.
Aquele que foi – e ainda é – o dono do rebolado mais icônico do Brasil, Sidney Magal chega aos cinemas como tema do novíssimo filme intitulado Me Chama Que Eu Vou, documentário que, além do seu indiscutível valor cultural, pode ainda funcionar como uma perfeita aula para quem quiser aprender, através de uma biografia, o real significado da palavra “carisma”.
Selecionado para a competição oficial do Festival de Gramado 2020, o longa-metragem, dirigido por Joana Mariani, resgata a trajetória de Magal desde a infância até o presente, repassando os seus mais de 50 anos de carreira e mostrando o homem por trás do artista. O título Me Chama Que Eu Vou foi escolhido em homenagem a uma de suas músicas mais famosas, e que serviu de tema da novela Rainha da Sucata, de 1990.
Premiada com o troféu Kikito em Gramado, a primorosa montagem (assinada por Eduardo Gripa) oferece ao espectador um belíssimo acervo de imagens e vídeos do artista, além de incluir informações preciosas que evidenciam o olhar preconceituoso e datado de parte da imprensa nacional, que “implicava” com a atitude de Magal nos shows e apresentações, principalmente por seus remelexos considerados “pouco viris”.
Mas foram as roupas, o estilo único, e a extravagância de sua dança e movimentos que fizeram de Sidney Magal um dos maiores astros da cultura pop do Brasil, e moldaram definitivamente sua marca pessoal, como o conhecemos hoje.
Me Chama Que Eu Vou | Estreia 12.01.2023 | Brasil | Dir. Joana Mariani | Documentário | 70 min.
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