Por Larissa Reis
Após quase 10 anos afastado das telonas, Brendan Fraser está de volta no tão aguardado A Baleia, de Darren Aronofsky (Mãe e Cisne Negro). O filme, que chega ao Brasil no final de fevereiro, vem somando dezenas de indicações e prêmios importantes, incluindo o Critics’ Choice Awards, que elegeu Brendan como Melhor Ator.
Adaptada da peça homônima de 2012, de Samuel D. Hunter, a história gira em torno de Charlie, um professor homossexual de meia-idade, que tenta se reaproximar de sua filha adolescente e rebelde, Ellie (Sadie Sink). Ele desenvolveu uma compulsão alimentar após a morte de seu namorado, e isso o deixou praticamente incapacitado de se locomover, já que está pesando mais de 250 quilos.
Trata-se de um retrato empático, assombroso, sensível e comovente de um homem que está quebrado por dentro e por fora, mas que tem um coração enorme e acredita que as pessoas podem ser realmente boas umas com as outras. Contudo, ele sabe que lhe resta pouco tempo nesse mundo, e não tem forças para continuar. Ainda assim, precisa saber que conseguiu fazer ao menos uma coisa boa na vida.
As poucas relações de Charlie envolvem o computador, pelo qual dá aulas online de escrita, mas sempre com a câmera desligada; sua enfermeira Liz (Hong Chau, indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante), que o acalenta com abraços e comida, e ao mesmo tempo o repreende pelos hábitos compulsivos; Thomas (Ty Simpkins), um jovem missionário que tenta salvar Charlie de seu destino; Moby Dick, personagem de uma redação que o conforta sempre que ele acha que vai morrer; e a própria filha, que só concorda em passar um tempo com o pai porque ele, literalmente, lhe pagará por isso.
A Baleia é um filme extremamente comovente, e que se destaca pela atuação de seu protagonista. Ao mesmo tempo em que sentimos uma afeição por Charlie, podemos sentir uma grande tristeza pelo que ele está passando. Aí vem aquela vontade de gritar junto com a enfermeira e implorar para ele lutar por sua vida, por mais que ele não queira.
Ellie, por sua vez, é uma garota extremamente irritante. Em 90% do tempo ela demonstra ser uma pessoa má, que carrega raiva e sentimento de desprezo pelo pai. É fato que, com apenas oito anos, ela foi abandonada por Charlie, após ele se apaixonar por um rapaz que era seu aluno. Apesar do sentimento ruim dela por ele, Charlie não liga. Em sua visão, Ellie é maravilhosa como pessoa e como filha, e ele luta para mostrar isso a ela.
Em seu discurso no Critics’ Choice Awards, Brendan Fraser definiu A Baleia como “um filme sobre amor, aceitação e redenção”. Ele ainda completou que sua mensagem é, acima de tudo, “sobre encontrar a luz em um lugar escuro”.
O ator, que foi ovacionado por seis minutos no Festival de Veneza, onde o filme fez sua estreia oficial, entrega o melhor trabalho de sua carreira, e já é um dos grandes, se não o maior, favorito ao Oscar de Melhor Ator este ano.
Estreia 23.02.2023 | Dir. Darren Aronofsky EUA | Drama Psicológico | 117 min.
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