Amores Brutos
- Marina C. Alves
- 6 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.
Coisas belas e sujas
Por Marina de Castro Alves
No auge da minha cinefilia juvenil, o que me atraía no cinema era sair da sala impactada. E a safra do início dos anos 2000 entregava isso de sobra: Dançando no Escuro (Lars Von Trier), Réquiem para um Sonho (Darren Aronofsky), Amnésia (Christopher Nolan), Irreversível (Gaspar Noé) e, é claro, Amores Brutos, a estreia em longas do mexicano Alejandro González Iñárritu.
Há 25 anos, Iñárritu abalou Cannes com Amores Perros (título original), conquistando o Grande Prêmio da Semana da Crítica. Esse foi apenas o primeiro de mais de 30 reconhecimentos, incluindo um BAFTA e a indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Público e crítica se renderam a uma narrativa engenhosa que entrelaça três histórias unidas por um acidente de carro. A cena inicial – que remete a Cronenberg (Crash) – apresenta cada lado desse impacto. Octavio (Gael García Bernal, também estreando) é um jovem apaixonado pela cunhada que, para tirá-la do marido, aposta em rinhas de cães. No entanto, seu carro colide com o de uma modelo envolvida com um homem mais velho e casado, que abandona a família para viver essa paixão. O acidente é testemunhado por um ex-guerrilheiro em situação de rua, cercado de cães, marcado pela perda da filha. O medo do desastre move as três tramas, costuradas por uma montagem frenética, trilha sonora marcante e fotografia poderosa.
Um filme sobre o amor e, acima de tudo, sobre a perda dele – contado de forma brutal, mostrando como essas rupturas nos atravessam. Tão potente quanto em sua estreia original, Amores Brutos retorna aos cinemas em outubro: uma oportunidade rara de ver (ou rever) na telona essa marcante obra de Iñárritu. Mal posso esperar!
Confira o trailer
Amores Brutos | Estreia 09.10.2025 | Dir. Alejandro González Iñárritu | México | Drama | 154 min.







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