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Clássicos não envelhecem - Oldboy

Por Viviane Isoda


Há exatas duas décadas, o mundo conhecia e se contorcia nas cadeiras do cinema com a obra-prima de Park Chan-wook, Oldboy. O filme foi ganhador do Grande Prêmio do Júri, no Festival de Cannes de 2004. Naquele ano, Quentin Tarantino foi o presidente do júri e afirmou que, ali, ele teria descoberto um dos maiores diretores de cinema de ação de todos os tempos, e que achou fantástico o fato de estar passando um anime em Cannes. Lembrando que Oldboy é baseado no mangá homônimo de Garon Tsuchiya, lançado no Japão em 1996.


Frenético, violento, gráfico, erótico e com uma trama envolta em mistério e reviravoltas, o thriller de tirar o fôlego que levou o diretor sul-coreano ao reconhecimento mundial estará de volta às telonas, 20 anos depois, restaurado e remasterizado. Na época do lançamento original, Park Chan-wook estava preocupado com a reação da audiência, temendo uma rejeição, não só pela violência, mas porque o filme é polêmico e levanta alguns tabus. Além disso, ele nunca considerou que ele se tornaria um clássico. Agora, enfim, o diretor espera que com esse retorno muitas pessoas que nunca viram o filme e nem ouviram falar dele possam conhecê-lo no cinema. E ele ainda se diz curioso com a reação dos jovens de hoje: será que eles acharão tão chocante como aconteceu há 20 anos? Para quem ainda não viu Oldboy, vale saber mais um pouquinho.


“Ria e o mundo rirá com você, chore e você chorará sozinho”. A frase do protagonista Dae-su Oh, um homem de meia idade que é sequestrado e preso, no dia do aniversário de três anos de sua filha, nos insere dentro da mente perturbada de um futuro assassino que, sem saber, se tornará um “monstro”. Capturado e trancafiado em um quarto de hotel barato, Dae-su Oh não sabe por que, a mando de quem e nem por quanto tempo deverá ficar naquela situação. Passamse 15 anos, tempo mais que suficiente para ele planejar sua vingança, mas essa trajetória é só o começo da história. Nosso anti-herói vai ter sua vida entrelaçada, distorcida e dilacerada de uma forma crua e violenta, física e psicologicamente.


O diretor diz que seu interesse é em como as pessoas lidam com a culpa conscientemente. “Meus personagens não são maus, eles são basicamente pessoas boas que são incapazes de lidar com suas emoções mais profundas e sofrem, tendo a tragédia como resultado”.

Com este relançamento a pergunta que surge é: será que o filme resistiu ao tempo? Park Chan-wook quer acreditar que sim, mas com algumas dúvidas sobre o que o público atual irá achar. Para ele, mais importante que o sucesso financeiro e o número de bilheteria, é fazer um filme que dure, e ele espera que esse seja o caso de Oldboy. O longa tem sua reestreia no dia 14 de setembro, e vale cada segundo do seu tempo no cinema. Uma obra-prima nunca envelhece.


Confira o trailer



Oldboy | Estreia | 14.09.2023 | Dir. Park Chan-wook | Coreia do Sul | Ação/Drama/Mistério | 120 min

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