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Stop Making Sense

A genialidade incendiária dos Talking Heads

Por Larissa Reis


Considerado por muitos críticos e fãs de música, Stop Making Sense é um dos maiores filmes-concerto de todos os tempos. Filmado ao longo de três noites em dezembro de 1983, no Pantages Theater, em Los Angeles, enquanto os Talking Heads promoviam o seu álbum Speaking in Tongues, o filme do cineasta Jonathan Demme, o mesmo de O Silêncio dos Inocentes e Philadelphia, ganha cópia remasterizada e relançamento nos cinemas brasileiros no mês de agosto. Speaking in Tongues trouxe à luz o grande hit Burning Down the House, entre outros clássicos.


Formada em Nova York em meados dos anos 1970 por David Byrne (vocais e guitarra), Chris Frantz (bateria), Tina Weymouth (baixo) e Jerry Harrison (teclados e guitarra), a banda fez parte de uma notável geração do rock americano, junto a nomes como Ramones, Blondie e Television. Embora cada uma dessas bandas tivesse um estilo mais agressivo e pop, os Talking Heads se destacavam por sua autenticidade artística e criativa. Isso porque três membros da banda (Byrne, Frantz e Weymouth) se conheceram em uma escola de arte e design. 


Ao assistir Stop Making Sense você consegue perceber a ambição artística e estética do grupo. Antes do lançamento do filme, esse tipo de obra se limitava apenas a registrar shows na íntegra, sem qualquer alteração. Mas um filme-concerto de verdade era aquele que capturava a essência e originalidade do artista. 


O que o diretor Jonathan Demme criou para a época, era algo revolucionário. A montagem e a estrutura do show, as coreografias, os jogos de luz e câmera, a atuação dos membros da banda, o figurino... Sem falar no clássico enorme terno cinza de David Byrne, e as danças malucas, tudo isso acabou culminando para o sucesso, principalmente na recém-nascida MTV, grande responsável por alavancar a popularidade das bandas na época.


O show começa com David Byrne, vestindo um terno comum e tênis brancos, tocando violão e cantando Psycho Killer sobre batidas pré-gravadas, vindas de um aparelho de som ao lado dele. Sozinho no palco como uma peça de quebra-cabeças solta, esperando as outras se juntarem a ele. É nesse momento que a mágica começa a acontecer. Em cada música, ele é acompanhado por um membro adicional do grupo, até que a formação completa se junte para um Burning Down the House.


Toda a banda fica enlouquecida, mas Byrne é o que mais se destaca, é claro, e não podia ser diferente. Ele bate no próprio rosto, dá voltas no palco, começa a pular, remexe o quadril, e faz a sua clássica dança com as pernas, tomando a forma de um “S”. Você consegue sentir a energia aumentando enquanto o espetáculo é construído diante dos seus olhos.


Talvez tenha sido este filme, lançado no auge do sucesso dos Talking Heads, que, de certa forma, oficializou Byrne como o elemento mais sobressaliente do conjunto, o que acelerou a sua carreira solo.


Em comemoração aos 40 anos do seu lançamento, diversos artistas se juntaram para lançar o álbum tributo a esta obra-prima, chamado Everyone's Getting Involved. Bandas como Paramore, The Linda Lindas, e cantoras como Lorde e Miley Cyrus, apresentaram suas próprias versões de faixas do antológico repertório. Como não se envolver?! 


Confira o trailer




Stop Making Sense | Estreia 29.08.2024 | Dir. Jonathan Demme | Filme-concerto | 88 min

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