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Vermelho Monet | Azul não é a cor mais quente

Por Pedro de Rosis


Halder Gomes já encantou o brasileiro e o fez cair na gargalhada com seus originais Cine Holliúdy, O Shaolin do Sertão e Os Parças. Mas, em Vermelho Monet, vamos conhecer um lado antes não visto deste diretor e roteirista. Artista multifacetado que é, nesta sua mais nova empreitada, Helder entrega um filme dramático, com grandes reviravoltas, marcado pela discussão sobre a arte e a transformação dela em mercadoria. 


Aqui, ele trabalha uma de suas grandes paixões: a pintura. Poucos sabem, mas o realizador de comédias também é artista plástico, e todas as obras do filme foram pintadas por ele. A distribuidora do longa-metragem planeja, inclusive, realizar uma exposição com algumas de suas pinturas. 


Maria Fernanda Cândido – protagonista de A Paixão Segundo GH, que estreou recentemente nos cinemas –, aqui dá vida a Antoinette Léfèvre, uma marchand de arte. Chico Díaz também integra o elenco, como Johannes Van Almeida, um pintor. Por fim, completando o trio de protagonistas, Samantha Heck Müller faz sua estreia à frente das câmeras interpretando Florence Lizz, a musa que será pintada.


Na história, acompanhamos o mercado de arte mundial, cada vez mais repleto de ricos colecionadores, e sempre em busca de uma nova descoberta, mesmo que essa novidade não seja assim, “tão original”. Antoinette sabe disso e joga como poucos no universo dos marchands, eventualmente criando um “novo original” de um grande artista para aquecer o mercado. Johannes é um velho artista plástico, romântico demais para ser reconhecido nos tempos atuais, mas técnico como poucos. E Florence é a jovem estrela em ascensão, emanando uma beleza frágil capaz de reavivar o mais machucado coração. Os três irão se relacionar em um perigoso jogo que envolve falsificações, mentiras e paixões arrebatadoras.


Definindo o filme como “uma grande história de amores desencontrados, intensos, tortuosos e trágicos”, Gomes coloca as personagens em questões existenciais profundas e transpostas à arte que, por sua vez, é a única e provável tábua de salvação de todos eles – cada um ao seu modo.


Quanto ao belo título do longa, que se refere a uma cor simbolista, criada numa alusão aos vermelhos dos crepúsculos impressionistas de Claude Monet, o diretor argumentou a seguinte conclusão: “Para abrir essa ‘caixa de pandora’, não poderia ser outra cor se não o vermelho. É a primeira cor que o ser humano teve o domínio de sua manipulação. É a cor mais forte, mais vibrante, com as maiores potencialidades poéticas, oníricas e simbólicas”. 

Com trama envolvente, atuações magníficas e direção de fotografia esplendorosa, assinada por Carina Sanginitto, Vermelho Monet, que estreia em 9 de maio, não economiza nas tintas para levar paixões abrasadoras à tela do cinema.


Confira o trailer



Vermelho Monet | Estreia 09/05/2024 | Dir. Halder Gomes | Brasil/Portugal | Drama 140 min.


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